domingo, 6 de dezembro de 2009

A PARÓQUIA NA HISTÓRIA DA IGREJA

Resumo feito para disciplina: Administração Paroquial

Gênese histórica e desenvolvimento na Igreja
A comunidade de fé, do culto e da caridade formam a paróquia lugar privilegiado onde se articula a vida da Igreja e se desenvolve o ministério apostólico. A paróquia é “uma certa comunidade de fieis, constituída estavelmente na Igreja particular, cuja cura pastoral, sob a autoridade do bispo diocesano, está confiada ao pároco, como seu pastor próprio” (1989, p.39). O nome paróquia significa, ao redor da casa (do senhor). A paróquia nasceu já na era apostólica com o nome de Igreja locais sem muitas estruturas principalmente hierárquicas, “durante a vida dos doze e de Paulo, as Igrejas locais não necessitava de muitas estruturas de governo e ensinamento” (1989, p.41). Um dado apresentado pelo autor interessante que durantes as perseguições o povo já andava sob a tutela do bispo “Os fieis tinha perfeita consciência do dever de viver sob a autoridade do bispo, que está em lugar de Deus e dos presbíteros, que estão no lugar do colégio dos apóstolos” (1989, p.43).



Aproximadamente até o IV século, nas cidades, os padres tinham suas atividades em função do bispo, restando poucas atribuições, principalmente nos sacramentos eram apenas assistentes do bispo. Diferente era a atuação dos padres rurais que “exerciam um ministério mais pessoal e imediato”, fazendo muitas vezes o papel do bispo.
Do século IV ate a reforma carolíngia começou a divisão territorial dos fieis. Pela multiplicação dos cristãos as diocese foram divididas em paróquias, os presbíteros vão ser sacerdotes a moda judaica, tornam-se homens especialmente da liturgia, do altar e dos ritos, outrora serviço quase que exclusivo dos bispos. No ocidente esses padres eram um membro da comunidade escolhidos pelo povo. A partir do século VI, a paróquia tomou toda sua força “se tornou um centro de unidade religiosa e social: ali nascia, era batizado, crescia e se instruía, casava e recebia o viático e era sepultado o cristão” (1989, p.47). Mas com o tempo a burocracia administrativa foi meio que aniquilando o lado pastoral das paróquias, pelo fato do bispo tomar como modelo a jurisdição imperial e aplicar na administração das paróquias. Ainda nesse período foram vários desafios enfrentados pelo clero e fieis mas com o fortalecimento do monaquismo a Igreja ganhou um grande vigor principalmente no campo espiritual.


Na Idade Média, principalmente na virada do primeiro milênio as paróquias viam passando por um marasmo espiritual, “a instabilidade doutrinal e as liturgias rituais, alem da desorganização social e dos vícios, mostrou nessa época um lado obscuro na Igreja. Mas como o Espírito Santo sempre suscita pessoas de retos corações para restaurar sua Igreja, tivemos várias pessoas que contribuíram para mudar o quadro em que se encontrava a Igreja no ocidente. Um dos mais incisivos reformadores foi Gregório VII. Este tinha como lema purificar os costumes eclesiásticos, “lutou contra a simonia (compra e venda de cargos eclesiásticos e dos bens consagrados), contra as investiduras (direito dos príncipes nomearem os seus para os cargos eclesiásticos) e contra o nicolaísmo (a inobservância do celibato por parte do clero, que praticava a mancebia). Ainda na Idade Média, a partir da reforma do Papa Gregório VII, a Igreja vai ser em seus serviços hierárquica e clerical, os leigos seriam excluídos de qualquer serviço.



O Concílio de Trento foi um tempo de reforma e exame de consciência da caminhada da Igreja até aquele momento. As paróquias foram reorganizadas, contudo dentro de um clima de centralidade e poder. Neste Concílio, com relação a paróquia o autor destaca quatro pontos:
1 - A imposição e exigência da residência do pároco dentro do território paroquial;
2 - A construção dos seminários para formação teológicas dos futuros padres;
3 - A demarcação precisa dos territórios paróquias para não haver invasão principalmente na administração dos sacramentos;
4 - O “fim” dos conflitos entre as paróquias religiosas e diocesanas.
Apesar de seus contraditos, o Concílio de Trento foi uma das grandes reformas na Igreja, é tanto que o catecismo de Pio V chegou até nossos dias como fonte espiritual e doutrinaria da Igreja.


O mundo antes do Vaticano II, esta marcado por duas guerras mundiais e buscava se reestruturar com a industrialização e urbanização, mas carecia principalmente de uma reestruturação espiritual. A Igreja enquanto paróquia estruturada no modelo de Trento já não respondia aos apelos do mundo emergente. Daí, sob ação do Espírito Santo João XXIII, convoca o Concílio Vaticano II para um agggiornamento interno e externo da Igreja. Para O vaticano II a paróquia é o “principal coetus fidelium, entre os diversos que o bispo diocesano deve promover na sua Igreja particular, ela deve-se empenhar com toda a força para se tornar o exemplum perspcuum de todo o apostolado. Em todo esse trabalho, o pároco é o principal colaborador do bispo” (1989, p.54).


Referêcia:

Kreutz, Ivo José. A Paróquia: Lugar privilegiado da ação pastoral da Igreja. São Paulo: Loyola, 1989.