domingo, 3 de agosto de 2008

O TAU FRANCISCANO

I. BREVE HISTÓRIA DO TAU
S. Francisco adoptou esta letra, que é a última do alfabeto hebraico e que também é letra do alfabeto grego, como seu símbolo, porque nele viu um sentido positivo e de salvação. Com efeito, lê-se, no livro do profeta Ezequiel:
O Senhor disse-lhe:
«Vai pela cidade, atravessa Jerusalém
e marca uma cruz na fronte dos homens
que gemem e se lamentam por causa
das abominações que nela se praticam.»
E aos outros ouvi-o dizer:
«Ide pela cidade atrás dele e feri-o.
Que o vosso olhar não poupe ninguém
nem tenha piedade. Velhos, jovens,
virgens, meninos e mulheres, matai-os
a todos e exterminai toda a gente; mas
não toqueis naqueles que foram marcados
na fronte. (9, 4-6).
Na antiga escrita hebraica esta letra tinha a forma de uma cruz oblíqua. Os analfabetos serviam-se deste sinal para assinar (Jb 31, 35). No Apocalipse, os servos de Deus são marcados com um sinal (Ap 7, 2-8; 9,4). Desde os Padres da Igreja até hoje, viu-se no Tau um símbolo da cruz. A forma do Tau fez lembrar a Francisco a cruz em que Jesus foi cravado. E por isso é que ele costumava fazer a sua assinatura com o Tau e o Tau se tornou o seu símbolo e sinal por excelência.

II. ESPIRITUALIDADE DO TAU
O TAU é, antes de mais nada, o símbolo da vida nova, nascida da conversão de Francisco a Cristo e ao seu Evangelho, uma tarefa nunca terminada em ninguém e sempre em mutação e em busca. É também símbolo da cruz, que ele trazia exteriormente, como prova de que a cruz estava profundamente impressa no seu coração. Em terceiro lugar o Tau é símbolo espiritual da solicitude, consolação e bênção para os irmãos, como logo demonstrou na bênção a Frei Leão. O Tau é, pois, um compromisso de construir uma fraternidade universal pelo sincero amor dos irmãos, sem distinção de raça, classe, sexo, língua, nação, cultura, idade e religião pela conversão do coração, pelo perdão e pela bênção, pelo espírito de serviço e pelo testemunho da novidade de vida ou conversão, partilha dos bens, simplicidade e gratuidade e numa tensão esperançosa de edificar o Reino de Deus na terra, entre os homens. O Tau é ainda símbolo da pobreza de Cristo, que é modelo da pobreza de Francisco e dos seus irmãos. Foi esta pobreza que levou Francisco ao desnudamento no tribunal do bispo e ao despimento na hora da morte, querendo morrer nu na terra nua.

III. O TAU NÃO É UM EMBLEMA DECORATIVO
Do que fica dito no número anterior conclui-se claramente que o Tau não pode ser, para aqueles que o usam e o têm como símbolo da sua pertença à Família Franciscana um mero emblema exterior. O Tau deve ser um sinal de uma espiritualidade deve ser um sinal de que aquele(a) que o usa é uma pessoa que vive em tensão de permanente conversão e mudança de vida, em vontade firme de se tornar nova criatura; deve ser sinal de que aquele(a) que o ostenta é uma pessoa que busca a sua salvação e de todos os homens na cruz de Jesus Cristo; deve ser um sinal de que aquele(a) que o traz é uma pessoa que vive a esforçar-se por ser pobre, por se despojar e desprender dos bens terrenos para se enriquecer dos valores das bem-aventuranças: o Reino de Deus, a paz, a mansidão, a fraternidade universal, a misericórdia e o perdão, o respeito pela criação, a alegria, a partilha de bens, a luta pela justiça e a paixão por Jesus Cristo pobre, Crucificado e Ressuscitado.

fonte: www. capuchinhos.org

quinta-feira, 19 de junho de 2008

São Francisco um exemplo para os jovens de hoje

“Senhor, que os nossos olhos se abram”(Mt 20, 33).

Queremos mostrar como São Francisco entendeu essa passagem do Evangelho de Mateus, mudando radicalmente seu modo de ser e viver. Como todo jovem da sua época sonhava em ser príncipe dos cavaleiros, que lutavam nas cruzadas contra os infiéis. Esta era a maneira mais evidente que os jovens tinham para encontrar a felicidade. Em uma das batalhas foi aprisionado e na prisão começa seu processo de conversão.
Assim que saiu da prisão, o pai prepara novamente para a guerra, embora já não tivesse mais aquele entusiasmo, aquele sonho de antes. Na viagem o Senhor toca seu coração e ele entende que deveria voltar à Assis para recomeçar sua vida, recomeçar um novo caminho que levasse a verdadeira felicidade.
Retornar à Assis foi uma atitude corajosa. Poucos têm essa coragem, isso implica uma tomada de consciência, ou seja, se dá conta do que está acontecendo com sua vida. Deus iluminou o coração de Francisco, fazendo enxergar. Como disse: “O Senhor iluminou a minha alma para eu ver”. Francisco precisava ver a vida com um novo olhar, ver o mundo com o olhar da fé. Na verdade, o que ele precisava ver era um novo caminho que o levasse a felicidade. Não mais aquela felicidade egoísta que antes sonhara, mas aquele que pudesse incluir o outro. Deus fez enxergar que ninguém é feliz sozinho.

No Evangelho, Francisco descobre o verdadeiro sentido da vida. “Olhai os lírios dos campos, como são belos, olhai os pássaros do céu, eles não juntam tesouro, no entanto O pai do céu cuida de cada um deles”. Por quer tanta ganância? Enquanto muitos vivem na miséria. Francisco encontrou no evangelho o verdadeiro sentido do ser irmão. Renuncia todo tipo de posse, até mesmo seu desejo, menos o amor por Deus e pelo irmão.
Deus foi o único objeto de desejo de Francisco e por viver de modo puro e casto este amor que nutria, ele conquistava as pessoas e ensinava a sonhar. É preciso aprenderam a sonhar, para que os nossos sonhos não sejam egoístas, sem a inclusão do outro. Ou sonhamos juntos ou não seremos felizes. Até porque ninguém é feliz sozinho. Portanto, é preciso ter coragem de mudar, de voltar a si mesmo e repensar suas atitudes.

Aquele que busca a felicidade só para si, está buscando de modo egoísta. Muitas vezes levado pelas propensões do ego. Este pode ser um monstro que devora as relações. O agir egocêntrico nos leva tanto ao pré-conceito, como aos interesses pessoais. Quem age dessa forma pode ser considerado, ainda, infantil e precisa atingir a idade da razão. As perguntas de quem está chegando a maioridade São: “quem sou eu? De onde eu vim? Quem é o outro para mim? Sobretudo, dizer como Francisco: “Senhor que queres que eu faça”? Que devo fazer para encontrar a felicidade?Aqui, talvez seja o momento de recomeçar tudo, criar coragem para voltar atrás.

Paz e Bem! Frei Hélio Silva, OFMCap.

(Resumo da reflexão feita pelo autor na Manhã espiritual para jovens no dia 08/06/2008).

terça-feira, 27 de maio de 2008

DOCUMENTO DE APARECIDA

Fagulhas do documento de Aparecida (13 a 31 de maio de 2007)

Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nossos povos Nele tenham vida.
“Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo. 14,6)

A V conferência
- Da continuidade e recapitula o caminho de fidelidade, renovação e evangelização da Igreja Latino-americana.
- Tarefa de alimentar a fé do povo.
- A Igreja é chamada a repensar e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americana e mundial.
- Isso não depende de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos.

Estrutura do texto
Três partes de 10 capítulos.
1ª Parte – Capítulos 1 e 2 – VER – A vida de nossos povos.
2ª Parte – Capítulos 3 a 6 – JULGAR – A vida de Jesus Cristo nos discípulos e missionários.
3ª Parte – Capítulos 7 a 10 – AGIR – A vida de Jesus Cristo para nossos povos.

Introdução
- Motivação: motivar a ação evangelizadora da Igreja em comunhão com as Igrejas locais.


Visão geral
- Evangelho - encontro desigual de povos e cultura.
- Igreja – luzes e sombras: perseguição e debilidades – pecado de seus filhos.
- Luzes e riquezas de nossos povos - a fé no Deus de amor e a tradição católica na vida e na cultura. Que se manifesta:
Na fé madura de muitos batizados;
Na caridade;
Na consciência da dignidade da pessoa humana;
Na paixão pela justiça;
Na esperança contra toda esperança;
Na alegria de viver;
Na sabedoria diante da vida.

Tradição Católica
- Cimento fundamental de identidade, originalidade e unidade da América latina e do Caribe.

Desafios
- Revitalizar nosso modo de ser católico e nossas opções pessoais para o Senhor;
- Evangelização muito mais missionária;
- Não ter medo, ter coragem;
- Conhecer Jesus Cristo pela fé, e com alegria e segui-lo, e transmitir aos outros.