sexta-feira, 20 de março de 2009

MARTINHO LUTERO: "JUSTIFICADO PELA FÉ"

Curso Especial: Introdução à Teologia da Reforma Protestante

SÍNTESE DO CURSO
Na concepção de Martinho Lutero, “pai do protestantismo”, a salvação do homem se dá somente pela fé em Jesus Cristo. Isso porque, para ele, o homem só é justo diante de Deus mediante o Verbo Encarnado. Pois o homem por si ou por qualquer coisa interior ou exterior (obras) não tem condições de chegar a Deus, pois sua alma está banhada de pecado, que o impede de participar da ação salvífica de Deus em sua vida, ou seja, para Lutero o único “ato humano” que justifica o homem diante de Deus é a fé, porque se pudesse justificar-se por quaisquer outros meios, não teria necessidade de Cristo morrer na cruz por nossos pecados.

A Teologia da justificação pela fé, de Lutero, gira em torno da distinção entre lei e o Evangelho. Para ele a lei é aquela que diz o que o homem tem fazer, como é impossível cumprir-la, pois a mesma não o dá força para isso, ele sempre acaba transgredido-a (pecando). Por isso ele acaba sendo sempre cobrado e acusado pela lei. Em contraposto a lei está o Evangelho que libera o homem de toda acusação e castigo de suas transgressões. A partir do Evangelho a lei não justifica mais ninguém, a justificação agora é o Verbo Encarnado, mediante a fé do pecador: “Uma coisa, uma só coisa é necessária à vida, à justificação e à liberdade Cristãs; e essa é a Sagrada Palavra de Deus, o Evangelho de Cristo” (1964, p.33). É válido ressaltar que Cristo não tem o papel de legislador, mas sim de Salvador e a lei é apenas um apêndice do encontro com Cristo, ela não prepara o encontro do homem com Cristo, ela só mostra que é sempre frustrado e fracassado aquele que tenta justificar-se pelas próprias forças.

Portanto, a fé é o único ato interior que deve reinar no homem. Assim acredita Lutero: para sermos verdadeiros cristãos devemos abandonar toda confiança depositada na realização de certas obras, e fortalecer sempre e exclusivamente nossa fé. E por essa fé aumentamos nosso conhecimento em Nosso Senhor Jesus Cristo. Pois somente ela aumenta nossa confiança nas promessas feita por Cristo. Essa fé é fiducial, ou seja, o pecador espera e acredita na ação total e exclusivamente de Deus. Deus é a causa formal, eficiente e condicionante de toda justificação. Nesta concepção, somos santos não por que podemos chegar a santidade, mas pela graça e misericórdia divina. Espiritualmente falando, o homem é um nada, uma criatura desprezível sem valor. Só um homem de fé começa a ser alguma coisa, pois essa fé o capacita por intermédio da ação misericordiosa de Deus em Jesus Cristo.

Por fim, qual é a função das obras na Teologia luterana da justificação? Nenhuma. Nessa vida terrena o homem deve se preocupar com o crescimento de sua fé (especialmente) e com sua relação com o corpo e com as pessoas. Nessa última, temos o porque das obras. Partido do conceito: “as boas obras não fazem um homem bom, mas um homem bom faz boas obras. As más obras não fazem um homem mau, mas um homem mau pratica más obras” (1964, p.35), Lutero quer dizer que: a pessoa justificada pelo amor misericordioso de Deus pratica ações boas, não por elas mesmas mas pela ação da justificação. Pois “é obvio que o fruto não sustenta a árvore, nem esta cresce no fruto; mas, pelo contrário, e a árvore que mantém o fruto e é este que cresce na arvore” (1964, p.35). Dessa maneira, as obras são sinais da santificação do homem. Tudo que o homem justificado faz de bom é na perfeita liberdade e gratuidade, não buscando vantagens nem salvação, pois tem consciência de que já foi salvo pela graça de Deus por meio de sua fé. Quando servimos aos outros, segundo Lutero, devemos fazer livre de qualquer paga, pois o homem de fé em Cristo serve ao outros voluntariamente, por nada e alegremente satisfeito na plenitude da fé. Em virtude que só a fé salva, não devemos negligenciar as boas obras, afirma Lutero, pois elas são necessárias para nossa vida material, assim como não podemos viver sem o alimento material, as obras boas são virtudes que não podemos de deixar de praticar para uma boa vivencia nesse mundo. Mesmo elas não tendo caráter de justificação.


Bibliografia

DUNSTAN, J. Leslie. Protestantismo. Trad. Álvoro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1964.

ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna. Curso de História da Igreja III. Traduzido por José Maria de Almeida. São Paulo: Paulus, 1999.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eclesiologia

Preposições extraída do estudo dirigido do livro
Introdução à Eclesiologia de Pié-Ninot


1 – O tratado De Vera Eclesia, iniciado por Tiago de Viterbo, no século XVI, e relançado no Concílio Vaticano I, é composto por três vias: histórica, notarum e empírica. Das três a mais utilizado nos tratados teológicos foi a via notarum, que afirma que Jesus Cristo dotou sua Igreja de quatro notas distintivas: unidade, santidade, catolicidade e apostolicidade.

2 – São três relevantes para a justificação do valor da instituição Igreja. Um deles é que a instituição aparece como sinal identificador do Espírito, ou seja, é o Espírito quem faz a Igreja a identificar-se e a continuar missão salvífica de Jesus Cristo.

3 – A ciência canônica usa a expressão “Jus Divinum”, para indicar elementos que a Igreja recebeu de Jesus. Desta forma, é designada como instituição divina positiva.

4 – A Lumen Gentium, fala da tríplice missão dos leigos, a saber: função sacerdotal, função profético e função régia. Com isso identifica a missão leigo ao “triplex múnus” de Cristo.

5 - Os presbíteros colaboradores do bispo, não possuem a plenitude do sacerdócio apostólico, contudo seu ministério pastoral se configura a imagem do ministério apostólico e sacramental de Jesus Cristo.

6 - O nome Igreja “católica”, a exemplo dos primeiros séculos do cristianismo quando surgiu essa expressão, tem duplo significado: de universalidade e de autenticidade.

7 – Com a morte dos primeiros apóstolos, os bispos foram o sucessores dos apóstolos, e tem a primazia da apostolicidade da Igreja, pois eles receberam o múnus apostólico através da mediação do Espírito Santo, passado pelos apóstolos.

8 – A Igreja é por natureza missionária, por isso que sua universalidade e catolicidade é a expressão de seu caráter missionário.

9 – A salvação dos homens só acontece em Jesus Cristo, contudo a Igreja é a mediação visível enquanto se faz sacramento, tendo como forma sua união indivisível com o Espírito Santo e como matéria a unidade dos povos e Nosso senhor Jesus Cristo.

10 – A idéia de comunhão eclesiológica entre o povo de Deus é a idéia central e fundamental da Lumen gentium.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Nossa Senhora de Lurdes: rogai por nós!

MAGNIFICAT

A minh’ alma engrandece o Senhor
e exulta meu espírito em Deus meu Salvador;
porque olhou para humildade de sua serva,
doravante as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez em mim maravilhas
e Santo é o seu nome!
Seu amor para sempre se estende
sobre aqueles que o temem;

manifesta o poder de seu braço,
dispersa os soberbos;
derruba os poderosos de seus tronos
e eleva os humildes;

sacia de bens os famintos,
despede os ricos sem nada.
Acolhe Israel seu servidor,
fiel ao seu amor,

como havia prometido a nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos para sempre.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Paz e Bem!