segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A mística franciscana da cruz

NOVENA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS.
EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO. Amém!
REFLEXÃO FEITA POR FREI MÁRIO SÉRGIO (FOTO) .
Não há beleza nenhuma na cruz. Não há poesia, nem romantismo. Há, sim, dor, humilhação, sofrimento e morte. A cruz é a negação da vida. É o fruto da maldade do coração humano, incapaz de encontrar meios de punição que regenerem o criminoso e o re-insira no seio da sociedade curado. A cruz se torna, por assim dizer, a descrença na capacidade de mudança de vida da pessoa. Como não sei conviver, compreender e escutar o grito do outro, é melhor colocá-lo numa cruz, isto é, matar!
A crueldade da cruz foi experimentada, paradoxalmente, pelo próprio Deus, que é Santo, Santo, Santo. Ao que nos parece, cai por terra o argumento desse Deus. Onde está sua Onipotência? Para aonde foi sua Divindade? Como se esvaiu a sua força? Só nos resta dizer, ou pensar: Ele fracassou! Muitas vezes, a decepção dos discípulos de Emaús é a nossa também... A fuga dos Apóstolos, na hora do Calvário é o nosso medo também... A cruz nos assusta! Escândalo para uns, loucura para outros.
Mas, a Palavra de Deus, revelada, ilumina as trevas da nossa mente e abre o nosso coração ao entendimento desse mistério. “Ele, existindo em forma divina, não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a condição de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano. E encontrado em aspecto humano, humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz!” (Fl 2, 6-11). Então, compreendemos que a cruz é fruto da encarnação do Verbo! É a descida do Criador a experimentar verdadeiramente a criaturalidade. Ele não brincou de ser pessoa, mas o foi em sua plenitude, exceto no pecado. A cruz, agora, deixa tde ser o instrumento do suplício e torna-se o altar do sacrifício do Cordeiro, que ao derramar seu preciosíssimo sangue, lavou a humanidade ferida pela morte. Portanto, contemplar a cruz nos dá várias certezas, dentre elas: o amor de Deus por nós beirou a loucura, o escândalo e o absurdo, mergulhando no abismo da morte e da dor, por cada um de nós; e que a obediência de Jesus ao Pai foi radical, verdadeira e salvadora.
São Francisco de Assis entendeu, ao longo de seu discernimento, essa mensagem gritante da cruz! A cruz o seduziu de uma maneira tão forte, que ele dizia: a paixão de Jesus eu vou chorar sempre. O impacto da cruz como prova de amor, de pobreza, de humilhação, de minoridade, de serviço, deixou atordoado o pobrezinho de Assis. Foi no encontro de Francisco com a cruz que nasceu o carisma franciscano. Francisco, perfeito imitador do Cristo, conformou a sua vida aos sofrimentos e às dores da paixão do Senhor. A certeza de Francisco na salvação pela cruz era tão forte que ele disse no testamento: “Nós vos adoramos (...) porque pela vossa santa cruz remistes o mundo”. (Test. 4-5). A cruz, para ele, tornou-se a fonte mais genuína da verdadeira e perfeita alegria. A mística da cruz para Francisco é esta: a expressão máxima da dor e do sofrimento, e a mais eloqüente e sublime prova de amor!
O amor do pobrezinho de Assis pela cruz foi tão intenso e verdadeiro, que o Crucificado se dignou imprimir-lhe suas chagas. O amor de Francisco atingiu o seu ápice com os santos estigmas! A cruz não estava, doravante, fora dele, mas cravada na sua carne. Por isso, Francisco rezava com gemidos inefáveis: Meu Deus e meu Tudo! Em louvor de Cristo. Amém.
Paz e Bem! Frei Mário Sérgio.
Quinto Dia
Pacientíssimo pai São Francisco, Serafim abrasado e amante da cruz, que fostes favorecido por Jesus com a impressão das Sagradas Chagas em vosso corpo, alcançando-me que leve incessantemente a cruz e tenha frutos dignos de penitência. Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória.
BENÇÃO
O Senhor te abençõe e te guarde. Amém!O Senhor te mostre seu rosto e tenha misericórdia de ti. Amém!Volte o Senhor o Vosso rosto até vós e te conceda a paz! Amém!O Senhor vos abençõe, Ele que é Pai, Filho e Espirito Santo, Amém

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