quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Concílio Ecumênico de Calcedônia

Foi em Calcedônia o quarto Concílio ecumênico. Durou de 8 de outubro a 1º de novembro de 451. Neste continua tratando dos dogmas sobre humanidade e a divindade de Cristo. A questão agora é uma natureza ou duas naturezas de Cristo? Embora afirmando a Divina Maternidade a Igreja em Èfeso preocupava-se com a doutrina ainda mais importante que aquela envolvia, o fato de que existe uma só pessoa em Cristo. Significava que também só havia uma natureza em Cristo? Os que afirmavam essa última tese eram chamados monofisitas, que tinha como líder Eutíquio, sacerdote de Constantinopla. Suas idéias dividiram novamente a Igreja. Dois anos antes do Concílio em Calcedônia, Eutíquio, para defender sua idéia, recorre ao Papa Leão I. o Papa responde com uma carta a Flaviano, Patriarca de Constantinopla e bispo de Eutíquio, “nessa carta, ele explicava a verdadeira Fé quanto ao ponto em litígio: Cristo é apenas uma Pessoa, a segunda da Santíssima Trindade, mas nessa mesma única Pessoa existem duas naturezas distintas, a divina e a humana, cada uma com seu próprios poderes” (1969, p.204). Essa carta foi proclamada na abertura de Calcedônia, muitos dos presentes assim afirmaram “É Pedro quem fala pela boca de Leão”. Apesar da Carta do Papa Leão I, ouve ainda vários embates, mas a definição dogmática de Calcedônia assim se expressa:
O ‘único e mesmo nosso Senhor Jesus Cristo’ é proclamado ‘perfeito na divindade e perfeito na humanidade’, ‘verdadeiro Deus e verdadeiro homem’, ‘consubstancial ao Pai segundo a divindade e consubstancial a nós segundo a humanidade’ [...], Jesus Cristo é reconhecido com ‘duas naturezas, sem confusão, mudança, divisão, separação’, e a diversidade das naturezas, com suas respectivas propriedades, não desaparece após a união, mas ambas concorrem para formar ‘uma só pessoa e uma só hipóstase’[...], o texto conclui assim as suas formulações a respeito de Deus-homem: ‘Ele não é dividido ou separado em duas pessoas, mas é o único e mesmo Filho, unigênito, Deus, Verbo e Senhor Jesus Cristo, como os profetas e o próprio Jesus Cristo nos ensinaram a respeito dele, e como o símbolo dos padres nos transmitiu’ (1995, p.100-101).
Conclusão dos Concílios aqui apresentados:
Foi de suma importância conhecer os quatros primeiros Concílios Ecumênicos, demarcamos que com eles começaram as raízes mais profundas da fé, para consolidar e assegurar a doutrina da Igreja, como também eles são fontes de orientação para seus membros pois eles proclamaram a verdade que é Jesus Cristo, Deus-Homem que caminha com seu povo na ação do Espírito Santo.
Paz e Bem! Frei Gilton, OFMCap.
BIBLIOGRAFIA
ALBERIGO, Giuseppe. História dos Concílios Ecumênicos. São Paulos: Paulus, 1995.
ALBION, Gordon. A história da Igreja. Rio de Janeiro: Renes, 1969. (volume 3).
PIERINI, Franco. A idade antiga: curso de historia da Igreja I. São Paulo: Paulus, 1998.

Nenhum comentário: