segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Concílio de Nicéia - Resumo

Esse foi o primeiro concílio ecumênico (Universal), aconteceu no período de maio a agosto de 325. Foi convocado e presidido inicialmente pelo Imperador Constantino, que depois passou a presidência para seu conselheiro eclesiástico, Ósio de Córdova, auxiliado por dois presbíteros representantes do Papa Silvestre, e do bispo Alexandre de Alexandria. Estiveram presentes cerca de trezentos bispos do oriente e do ocidente, fora ainda algumas personalidades, como o jovem diácono Atanásio assessor do bispo Alexandre, destinado a se tornar o adversário por excelência do arianismo, causa principal da convocação do concílio.
Esse foi um concilio de muitas disputas, que se prolongaram pós-concílio.
A principal causa do concilio de Nicéia foi o pensamento subversivo de Àrio, sacerdote de Alexandria que defendia:
Como só pode haver um Deus, somente o Pai possuía a natureza divina e, assim, seu Filho, Cristo, devia ser-Lhe subordinado e, portanto, seria menos do que Deus, uma espécie de semideus. E, se assim é, não se pode afirmar que a redenção da humanidade foi realizada por Deus feito homem, mas simplesmente pela influencia e exemplo morais de um homem Divino (1969, PP.200-201).
Desta forma, o arianismo dizia que o Pai é o único ser realmente eterno, e que o Filho não existia antes de ser engendrado, em contraposição com Atanásio e os sínodos e os pequenos concílios ortodoxos, os quais sustentavam que o Filho é coeterno, igual e consubstancial ao Pai. O arianismo pretendia dar uma explicação racional do dogma cristão da Trindade, dizendo que Cristo é Filho por denominação e adoção e não por natureza, sendo assim a mais perfeita das criaturas.

Em contraposição, a Igreja redigiu um novo símbolo de fé em Nicéia, com a aprovação do Imperador, decidiram aceitar e modificar o Credo apresentado pelas comunidades da Palestina com seu líder, Eusébio do Cesáreia, lhe acrescentando a palavra homoóusion (consubstancial) referida a Cristo, ficando assim o Credo da Nicéia: ...o Filho de Deus, o unigênito do Pai, quer dizer, da substância (ousías) do Pai, Deus de Deus, luz de luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma substância (homoóusion) com o Pai... Dito de outra forma, o Filho (Jesus) é verdadeiramente Deus, porque é da mesma natureza e essência de Deus Pai.
Foram várias lutas para que o símbolo de fé promulgado em Nicéia tivesse se estabilizado. Um grande defensor do Credo foi Santo Atanásio, Bispo de Alexandria, que sofreu falsas acusações, levando Constantino a exilá-lo em Treves,, e ao mesmo tempo que permitia a volta triunfal de Àrio, que estava exilado, a nova capital do Império, Constantinopla.
Foram destaques no período de consolidação e explicação do Credo de Nicéia: são Basílio; seu amigo são Gregório Nazianzeno, e o irmão mais novo, são Gregório de Nissa. “os três fixaram uma diferenciação clara entre natureza, que responde à pergunta, O quê?, e pessoa, que responde á pergunta Quem? Faça essas duas perguntas aos três santos , um de cada vez: ‘Que és? ‘sou um ser humano, que possui a natureza do homem’. ‘Quem és?’ ‘Sou Basílio ou Gregório”. Se fizéssemos a primeira pergunta (‘Quem és?’) á Santíssima Trindade, a resposta seria: ‘Eu sou deus Pai’; ou ‘Eu sou Deus Filho’; ou, ainda ‘Eu sou Deus Espírito Santo’. Assim, a natureza e pessoa são coisas diferentes, de modo que não há contradição em se dizer que existem Três Pessoas em uma Natureza Divina”. (1969, p.202).
Paz e Bem! Frei Gilton, OFMCap.
Proximo resumo: Concílio Ecumênico de Constantinopla.
BIBLIOGRAFIA
ALBERIGO, Giuseppe. História dos Concílios Ecumênicos. São Paulos: Paulus, 1995.
ALBION, Gordon. A história da Igreja. Rio de Janeiro: Renes, 1969. (volume 3).
PIERINI, Franco. A idade antiga: curso de historia da Igreja I. São Paulo: Paulus, 1998.

Um comentário:

Adalton Lucio disse...

ALEM DE TEREM RESUMIDO A BÍBLIA EM SOMENTE NESSES LIVROS QUE CONHECEMOS HOJE !
NÃO PASSANDO DE 10% DO TOTAL DE LIVROS.